O futebol em seu início no Brasil era da elite e rigorosamente amador. Criado por membros da alta sociedade carioca, o Fluminense foi o primeiro clube a mostrar preconceito racial, no começo do século passado. Tanto é, que um jogador, contratado junto ao América pelo Tricolor, um mulato chamado Carlos Alberto, antes de entrar em campo, cobria o rosto com pó-de-arroz para tentar disfarçar sua cor e não ficar constrangido pelos adversários e pelos próprios frequentadores abastados do Fluminense. O problema é que o suor eliminava a artimanha do jogador, revelando sua cor. Por conta desse episódio a torcida adversária apelidou o time das Laranjeiras de pó-de-arroz que, posteriormente, acabou sendo incorporado por sua própria torcida. Em pleno século 21, é inconcebível que as autoridades de alguns países europeus não tomem medidas mais enérgicas para dar um basta nesta lamentável situação. Na Alemanha, por exemplo, não é difícil nos depararmos com grupos neonazistas. A Espanha também não ficou incólume às ações dos racistas. O mundo do futebol experimenta uma escalada racista. No Brasil, uma torcedora gremista, durante a última partida disputada contra o Santos, atacou a dignidade e o decoro do goleiro visitante. Xingou-o de macaco. No Brasil, o repúdio ao racismo foi colocado na Constituição e considerado crime imprescritível e inafiançável. Quando o ofendido em sua honra subjetiva é pessoa certa, identificada como no caso do goleiro Aranha, que se disse ferido na sua autoestima, o enquadramento legal se dá pelo Código Penal e com subsunção da conduta da torcedora gremista ao tipo conhecido por “injúria racial” (art. 140, p. 3º). Para enfrentar o racismo, apenas a repressão não basta. É necessária a prevenção e a educação para a legalidade democrática, tudo sem esquecer poder um campo de futebol lotado servir muitas vezes como amplificador do pensamento de parte da sociedade. No brasil e em