Futebol e etica
Em muitos esportes o “fair play“, a lisura nas jogadas, faz parte do jogo e os praticantes nem pensam em enganar o árbitro ou tirar vantagem de jogadas ilícitas.
Veja o basquete: é prática entre os jogadores se acusarem quando fazem faltas. O tênis, então, é um dos esportes de mais éticos na quadra. Lembro que no tempo do Guga, ele era reconhecidamente ético na quadra. Quando ele via e assinalava a bola com a raquete, o adversário considerava mais que o próprio juiz. Muitas vezes, ele assinalava contra ele mesmo. Hoje em dia, os jogadores de tênis já contam com dois pedidos por set, de um replay instantâneo da TV oficial do torneio, para confirmar as bolas mais duvidosas.
No futebol não. Pelo contrário, sempre foi cultivado, entre os boleiros, o levar vantagem, a malandragem de enganar o juiz. Tanto que há alguns anos foi instituído o cartão amarelo para quem simule pênalti, mas não surtiu muito efeito.
Com o avanço tecnológico, as transmissões das partidas de futebol contam com um número grande de câmaras que tudo veem. Hoje existe uma câmara em “slow motion” que lê todas as jogadas, de maneira clara e com requintes de detalhes. Os erros e acertos dos juízes estão cada vez mais evidentes aos telespectadores e comentaristas.
A FIFA vem ignorando os avanços tecnológicos e coloca toda a responsabilidade em cima de um único árbitro e seus dois assistentes. Por lei, por tradição, jamais se anula resultado de campo - senão por um erro de direito, jogadores não inscritos, por exemplo, ou por uma fraude, como aconteceu no campeonato Brasileiro de 2005, quando um juiz se envolveu com sites de apostas para manipular resultados.
Será que a mensagem enviada é de que enganar o juiz faz parte do esporte? É verdade que a FIFA, agindo de maneira tradicional, defendendo as 18 regras do futebol por tanto tempo, protege o esporte de casuísmos. Esta proteção faz com que o jogo seja jogado da mesma maneira em todas as partes do mundo.
No entanto, toda