Função Depurativa do Fígado
O Fígado é a maior víscera do corpo humano e desempenha uma série de funções vitais, como: metabolização de substâncias, síntese de proteínas, desintoxicação, entre outras.
A metabolização hepática de xenobióticos costuma ser realizada em duas etapas: (1) adição de grupos que aumentam a reatividade da molécula; (2) conjugação com grupos que elevam a polaridade da molécula. No caso do etanol, essas reações ocorrem por intermédio das enzimas citocromo P450 do retículo endoplasmático.
Este órgão é responsável pelo metabolismo de cerca de 90% do álcool ingerido, através das vias, não oxidativa e a oxidativa, sendo esta a mais importante que ocorre nos hepatócitos, pela enzima álcool desidrogenase ou pelo sistema microssomal.
A álcool desidrogenase é uma enzima codificada por um gene localizado no cromossomo 4, possuindo polimorfismo e diferentes níveis funcionais, sendo esta a explicação para a variada susceptibilidade aos efeitos do álcool em diferentes grupos étnicos.
Quando se atingem níveis elevados de álcool na corrente sanguínea a metabolização passa a ser realizada também pelo sistema microssomal no reticulo endoplasmático, que contam com a participação de enzimas como o Citocromo P-450, todavia, quando esse quadro é crônico, há a expressão de uma variante, o Citocromo P-450 2E1, que leva ao desequilíbrio e maior produção de espécies reativas de oxigênio (hepatotóxicas).
Já a via não oxidativa mencionada anteriormente é caracterizada pela formação de etil-ésteres de ácidos graxos e não tem um papel relevante no desenvolvimento da doença hepática alcoólica.
A oxidação do etanol relativamente independe da concentração sanguínea, um consumidor não habitual de álcool, possui uma capacidade de metabolizar entre 60 e 150 mg/Kg/h.
Todas as vias mencionadas anteriormente, metabolizam de alguma forma o álcool em acetaldeído, sendo esta a toxina chave no desenvolvimento de quadros relacionados a doença hepática