funçoes da arte
Se há várias conceções sobre a natureza da arte também há variadas perspetivas acerca da função da arte. Destas destacam-se:
. A “Arte pela Arte”
Para esta perspetiva a única finalidade que o artista deve ter é produzir e criar uma obra genuína e realmente artística. A arte não deve promover princípios éticos e políticos. Deve ser alheia a propósitos pedagógicos e moralizadores. Assim, reivindicam uma “arte pura”. A atividade criadora do artista deve ser autónoma: a única coisa que podemos legitimamente exigir ao artista é que produza uma autêntica obra de arte..
A obra de arte pode despertar em nós determinados sentimentos morais, libertar-nos dos problemas do nosso dia a dia, contudo, isso são aspetos exteriores à obra artística que é errado ter em conta quando a avaliamos.
O único critério de avaliação da obra artística é artístico. Não é por uma obra de arte nos instruir, nos tornar moralmente melhores, promover a unidade e fraternidade entre os seres humanos ou descrever condições reais da vida que tem valor artístico. Deve “falar de si” independentemente de fatores morais, pedagógicos, sociais e políticos. Quer a atividade do artista quer o produto dessa atividade devem ser avaliadas independentemente da sua utilidade.
Em suma, a atividade artística é um fim em si mesmo. Se alguma finalidade pode ter é unicamente a realização do impulso artístico.
- A Arte como Purificação ou “Catarse”
Esta perspetiva sobre a função da arte surgiu na Antiguidade Clássica através do filósofo grego Aristóteles. Para Aristóteles a função principal da arte (e referia-se sobretudo à tragédia grega) era a de libertar indiretamente o espetador de certas paixões que poderiam ser-lhe prejudiciais mediante a contemplação das ações normalmente funestas que acontecem no palco. O espetador comove-se e revive as paixões que dominam as personagens. Mediante esse “contágio” libertar-se-ia dessas paixões que seriam desastrosas, nas suas consequências, se