fundo de investimentos esportivos do municipio de campinas
INTRODUÇÃO
Para analisar e discutir ações governamentais, essas devem ser contextualizadas no modelo político e econômico existente no país. Ao analisarmos decisões e ações políticas realizadas no Brasil a partir da década de 70 deve-se ter clareza do contexto neoliberal no qual essas políticas estão inseridas.
O neoliberalismo se desenvolve mundialmente a partir da década de 70 apoiado nos ideais liberais de mercado autorregulador, liberdade e individualismo (AZEVEDO, 2001). Desta forma, um dos princípios do neoliberalismo é “Menos Estado e mais mercado”. Os neoliberais acreditam que interferências estatais na economia são coibidoras da liberdade individual e que cabe o estado apenas disponibilizar recursos e criar uma atmosfera adequada para que o próprio mercado se regule (AZEVEDO, 2001). Para Friedman (1984), um dos principais pensadores neoliberais, a intervenção do Estado na economia e na sociedade é um autoritarismo, que reflete um desrespeito aos princípios de liberdade e individualismo.
Nesse contexto a competitividade é vista como um fator essencial ao desenvolvimento. Por isso, ações sociais do governo são “prejudiciais” ao sistema neoliberal dado que muitas vezes são contrárias a competitividade imposta pelo sistema. Assim, diversas responsabilidades do Estado se tornam terceirizadas corroborando e maximizando a busca por lucros.
Sabe-se que as políticas públicas são propostas a partir de demandas. As demandas podem ser por bens e serviços, por participação no sistema político ou por controle da corrupção, preservação ambiental, informação política e entre outros (RUA, 1998).
As demandas por intervenção estatal no sistema esportivo e pela criação de políticas sociais direcionadas à educação física são bastante recentes, dado que a primeira discussão sistematizada sobre políticas públicas de esporte e lazer se deu na segunda metade da década de 80 (CASTELLANI FILHO,