Fundamentos éticos, políticos e teóricos da educação inclusiva
Na Idade Média a sociedade era pluralista e nela conviviam todos os tipos de indivíduos, com as mais diversas diferenças. Porém, durante a idade moderna isto foi sendo modificado, pois houve a convenção de que as cidades deveriam ser espaços homogêneos, pois idealizava-se uma sociedade organizada através das regras e da disciplina, e na qual um fator determinante para pertencer à ela era ser do sexo masculino, branco e alfabetizado. Com isto, as minorias, entre elas os portadores de necessidades especiais, ficaram à margem da sociedade. Criaram-se as escolas para crianças, hospícios para os loucos e às mulheres ficou reservado o espaço doméstico.
No Brasil, através do movimento denominado escolanovismo, a homogeneidade na escola passou a ser um sonho. Tal movimento trouxe consigo reformadores (especialistas), que implantaram testes psicológicos, com o intuito de “calcular” o nível de inteligência dos alunos. A partir daí os alunos passaram a ser classificados por seus níveis de inteligência e não mais por faixa etária. É nesse contexto que surgem as classes especiais, tanto para os considerados retardados quanto para os considerados superdotados, além das classes normais.
Fundando-se em uma nova “inflência” disciplinar, denominada psicotécnica, essa nova medida de inteligência e aptidões foi disseminada em diversas regiões brasileiras, sempre com o ideal de extinsão das classes heterogêneas, dando origem a variadas organizações de massas escolares consideradas homogêneas. De acordo com Monarcha:
Consequentemente,eliminavam-se as classes heterogêneas que abrigavam em seu interior uma variedade de tipos mentais: “os mais