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Definição Positivismo – teoria filosófica do conhecimento associada a Comte que nega todas as noções á priori e todos os conceitos universais e absolutos, para só admitir os princípios conhecidos pela observação, pela experiencia sensorial e as verdades da lógica e da matemática
O positivismo surge nos finais do século XVIII e início do século XX, como uma utopia revolucionária da burguesa anti-absolutista, mas tornou-se no decorrer do século XX até hoje uma ideologia conservadora. O positivismo perspectiva a sociedade como uma entidade regulada por leis gerais, rompendo com as concepções religiosas e metafísicas do Antigo Regime. Assim, houve uma necessidade de aparecer a sociologia.
Com Comte, o positivismo deixa de ser um instrumento de transformação, como perspectivavam Condorcet e Saint-Simon, para ser um instrumento de estabilização e de justificação.
Nesta altura, Comte torna-se protagonista do facto do pensamento burguês ganhar forma de uma justificação teórica do existente.
H Marcuse afirma que a “filosofia positivista visa conciliar a ordem e o progresso, (…) mostrando que o progresso é, em si, ordem – não é revolução, mas evolução”. Assim, o progresso histórico consta da evolução harmoniosa da ordem social, sob leis “naturais”.
Comte tanto recusava a metafísica como as exigências de o homem querer alterar e reestruturar as instituições sociais, de acordo com a vontade racional, estabelecendo um momento de união com as concepções do tradicionalismo ultramontano, de Bonal e de Maistre, que muito o influenciaram. Em relação à esfera conservadora, o positivismo comtiano terá sucesso, alargando-se aos países europeus e de outros continentes. Em Portugal, tal como nos países latinos, esta filosofia é alcançada com bastante entusiasmo e pode-se perceber este facto através de uma “filosofia do progresso” associada à valoração acrítica do conhecimento científico