Fundamenta o hist rico cultural para a corrup o no Brasil

No processo de formação do Brasil, mais especificamente durante sua colonização, a coroa portuguesa buscava modos de povoá-lo a fim de evitar invasões de outras colônias. Assim, Portugal começa a incentivar a vinda de muitos para o então novo mundo, dentre eles: nobres, funcionários públicos, soldados, inclusive enviando criminosos (réus e degregados). Esses ao chegarem em terras tupiniquins, ao ocuparem cargos públicos, viram um lugar livre para exercerem seus mandos e desmandos, face a omissão proposital da coroa português cuja pretensão era incentivar a permanência. E sem fiscalização e pouca ou nenhuma resistência civil essa estrutura estatal cresce e se fortalece nos alicerces do Brasil. Iniciando a partir disso uma cultura de uma força estatal inabalável, onde a sociedade fica submissa às suas vontades.
Essa culturalização fica ainda mais evidente com a vinda de D. João para o Brasil, em 1808, juntamente com sua corte altamente extravagante, quando o povo é obrigado a arcar com o alto custo de sua permanência. Iniciam a desapropriação de casas, aumentam-se as tributações, tudo a fim de garantir o padrão europeu. Ou seja, a população tem que se submeter aos altos impostos em prol do bem estar pessoal da coroa e corte portuguesa. Instaura-se a uma enorme máquina estatal que não consegue ao menos se manter.
Um fato muito interessante diz respeito a forma como os cargos públicos eram preenchidos nesse período. Primeiramente não existiam concursos, muitos dos cargos acabam sendo preenchidos por membros da própria corte, com a finalidade de manter o poder entre a oligarquia. O que também chama atenção de alguns historiadores é que esses cargos muitas vezes não eram remunerados diretamente pelo governo, na verdade o próprio exercício da profissão lhes garantia o seu pagamento com a cobrança de taxações que eram feitas deliberadamente, o que muitas vezes se caracterizava em uma negociata - pacto desonesto operado entre duas ou mais pessoas, em prejuízo de