Fumar respeitando os direitos dos outros
Há, hoje em dia, polêmica sobre a permissão do fumo em locais públicos e lugares fechados. Existem aqueles que defendem a proibição, em defesa da saúde daqueles que não fumam e acabam obrigados a inalar a fumaça alheia; e existem aqueles que consideram a proibição do fumo um cerceamento à liberdade individual de cada um.
Não há dúvida de que o cigarro prejudica a saúde das pessoas, isto já foi suficientemente comprovado. Não se discute também que o hábito de fumar deva ser desestimulado, justamente pelos males que causa. Medidas como a proibição à propaganda e a inclusão de advertências nas próprias embalagens dos cigarros, alertando quando a seus males, são plenamente justificáveis.
Caso o tabagismo prejudicasse somente à pessoa que fuma a intervenção do poder público, com respeito à proibição, seria indevida por estar invadindo o direito individual de cada um. Ainda que o cigarro provoque males à saúde, não cabe ao Estado decidir como cada cidadão deva cuidar de sua saúde; ou então teríamos leis obrigando as pessoas a praticar exercícios físicos e a ter outros hábitos considerados saudáveis.
O problema é que o cigarro também prejudica aos que estiverem próximos ao fumante no momento em que ele fuma, os chamados "fumantes passivos". O "fumante passivo" também quer ver respeitado o seu direito de não fumar, de não prejudicar sua saúde com as substâncias tóxicas do cigarro. A liberação do fumo em qualquer ambiente, desta forma, iria ferir os direitos dos não fumantes.
A solução, portanto, é garantir o direito de ambos, permitindo o fumo somente em locais abertos ou em locais específicos para este fim, onde o fumante possa exercer à vontade seu direito de prejudicar a si mesmo sem, contudo, prejudicar àqueles que não fumam e não querem conviver com a fumaça do