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3581 palavras 15 páginas
RELATIVISMO, UNIVERSALISMO E ALOGENEIDADE NA
PRODUÇÃO CULTURAL DE GRUPOS MARGINALIZADOS
Roberto H. Seidel
Universidade Estadual de Feira de Santana

UEFS

E-mail: rhseidel@ig.com.br

Resumo
O presente trabalho traz uma contribuição para a percepção da produção cultural, estética e literária de grupos historicamente marginalizados, minoritários e/ou suburbanos.
Para tanto, empreende-se inicialmente algumas reflexões sobre a possibilidade de valores e normas universais, frente ao relativismo patente nos estudos culturais nas últimas décadas, discutindo alguns impasses e riscos que assomam nos binários universal/regional e global/local. Além disso, dentro desse contexto teórico de onde falamos, procura-se estabelecer um diálogo entre alguns conceitos desenvolvidos a partir da América Latina para a sua situação cultural, para então propormos o uso do termo alogeneidade . Dessa forma, objetivo do presente trabalho é apresentar o termo

alogeneidade

como

possibilidade de leitura e interpretação de fatos culturais que se desenvolvem à margem dos processos de modernização e globalização, dentro daquilo que comumente se denomina de culturas populares, conceito esse que também será questionado. A exposição oral contemplou analiticamente o caso do maracatus urbanos da cidade do Recife.

Palavras-chave: Relativismo; Universalismo; Alogeneidade.

O discurso filosófico fundamentador da modernidade européia procurou apresentar um conjunto de narrativas (também chamadas de meta-narrativas, desde Lyotard) que fundamentassem talvez seria melhor dizer: que justificassem

a centralidade do

mundo europeu, da cultura e do modo de ser europeu frente ao restante do mundo, frente às culturas e aos modos de ser dos outros povos e grupos culturais. Eurocêntricas e

etnocêntricas, dentre outros, têm sido designadas tais meta-narrativas, baseadas em princípios metafísicos justificadores

i. e., calcados em princípios abstratos remetidos a

um

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