Frevo: dança e cultura pernambucana
Segundo Edson Carneiro, citado no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, é necessária a distinção entre a música do frevo e a dança do frevo. Ainda que muitos reconheçam a música frevo como folclore, os musicólogos a classificam como uma particularidade da Música Popular Brasileira. No entanto, essa discussão acerca da música é da alçada da Educação Artística. É a cultura corporal, o interesse da Educação Física e, por isso, é especificamente a dança que será abordada nesse texto.
Inicialmente, o termo frevo designava uma folia de rua marcada pela música intensa. Relatos de jornais da época, anteriores ao acontecimento anual, são indicativos para mostrar que essa festa realmente ganhava as ruas da cidade de Recife. Para conter o “frervor” dos foliões, os organizadores passaram a contratar grupos de capoeira que se apresentavam à frente dos blocos, com o intuito de controlar os comportamentos violentos que por vezes surgiam. Além disso, o uso do guarda-chuva – ou sombrinha, dependendo da região – na dança também tem a mesma origem: os grupos de capoeira usavam também esse artefato para controlar a população.
Se observarmos de perto, hoje, os movimentos corporais do frevo, podemos identificar claramente a influência da capoeira na sua composição, especialmente movimentos baixos, que requerem máximas flexões dos joelhos. Atualmente há, em média, 120 passos catalogados para o frevo. Em geral, os passos mais complexos, que incluem habilidades acrobáticas, são realizados apenas por