Freud
Luiz Eduardo Prado de Oliveira
Diretor de Pesquisas na École Doctoral e Recherches en sychanalyse, Universidade de Paris 7 Denis Diderot, Professor de psicopatologia clínica e psicanálise na Universidade da Bretanha Ocidental; doutor em psicopatologia e psicanálise; prado.de.oliveira@wanadoo.fr
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RESUMO
O presente artigo trata de "O inconsciente", texto metapsicológico escrito por Freud em 1915. Viso, aqui, indicar as diferentes abordagens e fontes que o influenciaram na elaboração deste conceito, assim como os impasses que precisou resolver e a importância da transferência no âmbito da clínica e da teoria. Discutirei cada um dos sete capítulos do referido trabalho.
Palavras-chave: Inconsciente, psicanálise, transferência.
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ABSTRACT
The present article intends to tackle "The Unconscious", metapsychological text written by Freud in 1915. I wish to indicate here the different approaches and sources that have influenced the elaboration of this concept, as well as the barriers that it needed to overcome and the importance of transference to the author, in the clinical and theoretical work. I will discuss each one of the seven chapters of the referred work.
Keywords: Unconscious, psychoanalysis, transference.
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Em 1º de abril de 1915, Freud escreveu a Lou Andreas-Salomé:
"Os próximos números do Journal irão conter um tipo de síntese psicológica de várias de minhas idéias sobre três temas: o instinto e suas vicissitudes, a repressão e o inconsciente – incompleto, como tudo o que faço, porém não sem algo de novo. O artigo sobre inconsciente em particular conterá uma nova definição do termo, que é de fato o equivalente a uma agnostização." (ANDREAS-SALOMÉ, 1912-13, p.38)1
Este neologismo, baseado no alemão Agnoszierung, sugere um caráter religioso ou sacro, marcado por uma forte crença, e