Freud Além da Alma
O filme "Freud: além da alma", produzido em 1962 nos traz os impasses e dificuldades que sofreram as formulações do médico Sigismund Freud, na tentativa de compreensão da histeria e para a construção da teoria psicanalítica.
Logo na primeira cena do filme nota-se a negação da histeria como patologia mental, por parte da ciência, a qual alega que o problema esta ligado a mentira e à pretensão de fugir de responsabilidades. Isto é, sustentava-se a ideia da não existência daquilo que não podia ser provado fisicamente.
Na busca do conhecimento sobre o psiquismo humano, Freud associa-se à Charcot, passando a fazer uso da técnica de hipnose ensinada por esse. Toda via, a técnica usada por Charcot é a Sugestão hipnótica, a qual se utiliza da imposição temporária da vontade de uma pessoa no cérebro de outra. Sendo, nesse caso, o saber de quem analisa e não do paciente, além de não se ter a pretensão de cura da histeria, mas sim estudar os seus sintomas e as causas destes. “O efeito obtido depende apenas do estado físico e psíquico do paciente. Ocorre, porém, que, uma vez obtido o efeito hipnótico, o poder é todo ele depositado no médico que passa a dispor inteiramente do corpo do paciente.” (Garcia Rosa, L.A. Freud e o inconsciente, pág 31). Charcot demonstrou a possibilidade de ideias mórbidas produzirem manifestações físicas. Ou seja, era possivel a eliminação de problemas causados por traumas, assim como a criação de novos, por meio de comandos. Revelando assim, que nem todas as patologias eram de causa orgânica e aquilo que levava a doença se tratava de uma justificativa psicológica. “Formam-se então dois grandes grupos de doenças: aquelas com uma sintomatologia regular e que remetiam a lesões orgânicas identificáveis pela anatômia patológica, e aquelas outras – as neuroses – que eram pertubações sem lesão e nas