Frei luís de sousa
Tempo dramático:
Existem referências temporais em toda a obra, dadas através das falas das personagens: Acto I: «É no fim da tarde» (didascália inicial); «Há pouca luz do dia já» (cena II); «Já vai cerrar-se a noite» (cena VI); «É noite fechada» (cena VII, didascália); «São oito horas» (cena VII).
Acto II: «Há oito dias que estamos nesta casa» (cena I); «Ficou naquele estado em que a temos visto há oito dias» (cena I); «O arcebispo foi ontem a Lisboa e volta esta tarde» (cena IV); «Hoje é sexta-feira» (cena V); «Ora vamos: ao anoitecer, antes da noite, aqui estou» (cena VIII).
Acto III: «É alta noite» (didascália inicial); «Manuel - Que horas são? Jorge - Quatro, quatro e meia» (cena I); «Manuel - [...] a luz desse dia que vem a nascer» (cena I).
Quanto a datas são mencionadas várias:
• 1578 – Madalena casa com D. João e conhece Manuel de Sousa; • 4 de Agosto de 1578 – batalha de Alcácer Quibir; desaparecimento de D. João de Portugal; • 1578/1585 – Madalena procura assegurar-se da morte de D. João; • 1585– Madalena casa com Manuel de Sousa Coutinho; • 1586- Nascimento de Maria; • 1598 a 1599 – D. João é libertado e dirige-se para Portugal; • 28 de Julho a 4 de Agosto 1599 - Madalena vive de novo no palácio de D. João; • 4 de Agosto – dia fatal.
Concentração temporal:
Embora não respeite as vinte e quatro horas, temse a noção da condensação do tempo da acção. Iniciando-se o acto I no fim da tarde de uma sexta-feira, termina o mesmo ao cair da noite com o incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho. Inicia-se o acto II oito dias depois, à tarde, por isso também numa sexta-feira. O acto III decorre durante a noite, consumando-se a morte de Maria e a tomada de hábito dos dois esposos antes de se ver a luz do dia de sábado.
Sendo assim, a transposição da acção de uma sextafeira para a sexta-feira da semana seguinte, só pelo facto de se manter o mesmo dia da semana, faz criar a ilusão