Frei Luís de Sousa - Síntese
Tempo Dramático
Apesar de, logo na primeira didascália, podermos ler "Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do século dezassete", a acção desenrola-se no último ano do séc. XVI.
Referências cronológicas que surgem na obra, através das falas das personagens:
período anterior a 1578 - casamento de D. Madalena com D. João de Portugal
4 de Agosto de 1578 - batalha de Alcácer Quibir; desaparecimento de D. João de Portugal e de D. Sebastião
1578 a 1585 (7 anos) - durante este período, D. Madalena faz todos os esforços, no sentido de saber notícias de D. João de Portugal, sem, contudo, obter qualquer resultado
1585 - D. Madalena casa com Manuel de Sousa Coutinho, por quem se apaixonara ainda durante o seu primeiro casamento
1586 - da união de Manuel de Sousa Coutinho e de D. Madalena nasce Maria
1599 (catorze anos após o casamento de Manuel de Sousa Coutinho e de D. Madalena) - ano em que decorre a acção, especificamente entre o fim de Julho e o início de Agosto
O período entre o desaparecimento de D. João de Portugal, em 1578, e o momento em que se desenrola a acção dura vinte e um anos
A acção desenrola-se numa semana e há um período de oito dias que é apresentado em elipse, o que lhe dá unidade. Iniciando-se o acto I no fim da tarde de sexta-feira, termina o mesmo ao cair da noite com o incêndio do palácio de Manuel de Sousa Coutinho. Abre o acto II oito dias depois, de manhã, por isso também numa sexta-feira, sendo que a chegada do Romeiro acontece durante a tarde. O acto III decorre durante a noite, antes de se ver a luz do dia de sábado. Sendo assim, a mudança da acção de uma sexta-feira para a sexta-feira da semana seguinte, só pelo facto de se manter o mesmo dia da semana, faz criar a ilusão de que tudo se passa no mesmo dia.
Embora não as vinte e quatro horas não sejam respeitadas, tem-se a noção do tempo da acção e da sua concentração: durante a noite