Frederic Jamenson Pós- Modernidade
Tradução Vinicius Dantas
Nota do tradutor — Este texto foi originalmente apresentado como uma conferência no W hitney M useum , em
1982. Fredric Jameson ampliou e desenvolveu seus principais tópicos no longo ensaio "P o stm o d ernism o r the Cultural Logic of Late
Capitalism", recentemente publicado na New Left Review
(n.º 146, julho-agosto 1984).
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ós-modernidade" é até hoje um conceito pouco aceito ou compreendido. Algumas das resistências a ele podem ser atribuídas à falta de familiaridade com as obras que abrange e que são encontráveis em todas as artes: a poesia de John
Ashbery, por exemplo, mas também a poesia conversacional, muito mais simples, lançada nos anos 60 como reação à ironia e complexidade do modernismo acadêmico; a reação à arquitetura moderna e, em particular, aos monumentais edifícios do International Style, bem como as construções pop e os tetos de vidro decorado elogiados por Robert
Venturi em seu manifesto Aprendendo com Las Vegas; Andy Warhol e a pop
art mas também o mais recente Hiper-realismo; em música, o apogeu de John
Cage, assim como a posterior síntese dos estilos clássico e "popular" de compositores como Philip Glass e Terry Riley ou, ainda, o rock new wave e punk de grupos tais como Clash, Talking Heads e Gang of Four; no cinema, tudo o que deriva de Godard — filme e vídeo contemporâneos de vanguarda — além de um novo estilo de filmes comerciais ou ficcionais, cujo equivalente no romance contemporâneo são as obras de William
Burroughs, Thomas Pynchon e Ishmael
Reed, de um lado, e o nouveau roman francês, de outro, que merecem ser citados como variedades do que se pode chamar pós-modernismo.
NOVOS ESTUDOS N.º 12
Uma lista como esta esclarece duas coisas ao mesmo tempo: primeiro, os casos de pós-modernismo citados acima aparecem, na sua maioria, como reações específicas a formas canônicas da modernidade, opondo-se a seu predomínio na Universidade, nos museus, no circuito das galerias de arte e nas fundações.