Fraturas Do Esqueleto Facial
Extraído de Anatomia da Face, 5ª Edição, Editora Sarvier Apesar de serem reforçados por esteios ou contrafortes, conhecidos como pilares e trajetórias (ver subcapítulo “Biomecânica do esqueleto facial”), os ossos da face fraturam-se com freqüência após fortes golpes por agressão ou por acidente. Dentes inclusos, cistos, tumores, osteomielite podem predispor os maxilares (principalmente a mandíbula) a fraturas, notadamente nos indivíduos desdentados e idosos (osteoporose senil).
A fratura pode ser simples quando envolve somente o osso, ou composta quando envolve também a pele ou a mucosa, com ou sem perda de substância. É múltipla quando há mais de um traço de fratura e quando ocorre um grande número de pequenos fragmentos (como nos tiros de arma de fogo) é chamada fratura cominutiva.
Os dois ossos mais proeminentes da face e, conseqüentemente, muito sujeitos a traumatismos diretos são o nasal e o zigomático. O primeiro geralmente sofre fratura transversa, e o outro, afundamento (deslocamento por disjunção ao nível das suturas) e fratura do arco zigomático.
Fraturas menores dos processos alveolares, principalmente na região dos dentes anteriores, são muito comuns, seja por choques ou pancadas, seja como conseqüência pós-operatória das exodontias. É o que pode acontecer com a tuberosidade da maxila nas extrações do terceiro molar ou com qualquer dente quando há anquilose dentoalveolar.
A mandíbula fica também exposta a golpes de várias naturezas e suas fraturas não são incomuns (Fig. 1). Apesar de possuir áreas de reforço, como por exemplo a protuberância mentoniana, que dificultam ou impedem as fraturas, possui também áreas de debilidade criadas pelos dentes, principalmente o canino e o terceiro molar (especialmente quando está incluso). Assim, fraturas do corpo da mandíbula costumam ser mais freqüentes ao lado do mento, em linha com o longo alvéolo do canino, e na área do terceiro molar em direção ao