Fratura de hangman
I - DEFINIÇÃO
- Fratura bilateral dos pedículos do áxis (C2)
- Fratura da pars interarticularis da vértebra C2 (entre a superfície articular para C1 e para C3)
- Apresenta semelhanças radiológicas com as FX provocadas pelo enforcamento judicial
II - ANATOMIA
- A localização excêntrica das facetas articulares do áxis, associadas ao seu istmo delgado, torna essa parte da vértebra mais vulnerável às fraturas
- A espondilolistese traumática do áxis raramente está associada com lesão neurológica, tendo sido relatados índices que variam de 6,5% a 16%
- O alargamento do canal vertebral que ocorre nessa fratura produz um efeito de descompressão aguda
III - DIAGNÓSTICO
- O diagnóstico da fratura e a sua classificação têm sido efetuados com base nas imagens observadas nas radiografias de perfil, utilizando-se o grau de desvio (translação ou angulação) do fragmento anterior e a relação das superfícies articulares entre C2-C3 como parâmetros.
IV - CLASSIFICAÇÃO
- A classificação Effendi modificada por Levine e Edwards (1985) divide a espondilolistese traumática do áxis em quatro tipos: > Tipo I – fratura sem desvio ou angulação e desvio translacional menor que 3,5mm. Estáveis, por carga axial > Tipo II – fratura com desvio translacional ou angular importante. Disco rompido em até 50% dos casos (hiperextensão e compressão axial)
> Tipo IIa – fratura com pequeno desvio translacional e grande angulação (componente em flexão), que apresenta aumento do espaço discal posterior entre C2- C3 com a aplicação da tração. Por flexão e distração. Rompe o disco de C2-C3 e o ligamento interespinhal
> Tipo III – fratura com grande desvio translacional e angular, associada com luxação uni ou bilateral das facetas articulares C2-C3. Por flexão + compressão. Altamente instável, indicação de cirurgia. Maior incidência de lesão neurológica
* O que mais confere instabilidade são as lesões