Franz Uri Boas
Nascido numa família judaica liberal, seu pai, Meier Boas, era um comerciante de sucesso, e sua mãe, professora de jardim da infância. Ambos os pais de Boas eram influenciados pelo "espírito" da Revolução de 1848 mesmo anos após o seu término. A influência dos princípios políticos de seus pais durante sua infância e adolescência teriam reflexos na formação de suas idéias pioneiras sobre raça e etnicidade.
Sua primeira inserção no campo científico não se deu a partir da Antropologia, mas sim da Física, curso no qual Boas se qualificou como doutor pela a Universidade de Kiel em 1881. Através de sua dissertação de doutorado "Contribuições para o Entendimento da Cor da Água" Boas buscou demonstrar como os domínios da experiencia humana "através dos conceitos de quantidade … não eram aplicáveis". Foi em uma viagem para Baffinland com a intenção de escrever um livro sobre psicofísica, enquanto trabalhava com um grupo de esquimós (inuit) que Boas vivenciou a sua primeira experiência de campo. Tal experiência foi determinante para sua mudança disciplinar e o início de suas reflexões antropológicas.
Em 1887 Boas emigrou para os Estados Unidos, mas somente depois de sua primeira publicação tornar-se-ia referência como antropólogo. Em 1892, tornou-se professor de antropologia na Universidade Clark, em Worcester. Em 1896, foi indicado curadorassistente de Etnologia e Somatologia do Museu Americano de História Natural. No mesmo ano, foi nomeado leitor de Antropologia Física da Universidade Columbia, e promovido a professor de Antropologia em 1899. Na época, os vários antropólogos que lecionavam em Columbia distribuíam-se por diferentes departamentos. Quando deixou o Museu de História Natural, Boas negociou com a universidade a reunião desses vários professores em um único departamento, do qual ele próprio seria o responsável. O programa de PhD em antropologia da Universidade Columbia, criado por Boas, seria o primeiro da América.
Diferente dos evolucionistas que