Franciscanos
A historiografia franciscana aponta a solicitação dos próprios moradores dos povoados e vilas do Nordeste colonial como o primeiro passo para a implantação dos conventos no local, tendo como impulso a missão evangelizadora e catequética assumida pelos frades: “cura d’almas na cidade e a catequese dos silvícolas da redondeza”. 5 Por outro lado, a intensa mobilidade dos frades e a necessidade constante de deslocamento forçavam a implantação das casas conventuais de modo a estas funcionarem, também, como pontos de pouso, com infra-estrutura adequada aos hóspedes em trânsito.
Os elementos que conformam a face de interlocução mais evidente dos conventos com a cidade são suas fachadas e serão estes elementos que tomaremos para refletir acerca dos seus recursos em diálogo com o lugar urbano.
“Na parte externa, todo o efeito arquitetônico se concentrava no frontispício”
Segundo Germain Bazin, o pórtico é considerado como um dos elementos que, definitivamente marcam a fachada das igrejas franciscanas, elemento esse derivado de um alpendre construído nos primórdios da construção e que, posteriormente, deu origem às galilés. Contudo, pode-se considerar que o pórtico é apenas um elemento da configuração cenográfica que o convento franciscano constrói na sua principal vista para a cidade.
Primeiramente, há de deixar o vazio, o adro normalmente calçado em pedra, onde o cruzeiro se destaca. As demandas da contemporaneidade vestiram estes espaços com árvores, gramados, bancos, luminárias, mas a princípio, cabia deixar um espaço de silêncio, sem ocupação, resguardando a possibilidade de usufruir da visão da fachada sem atropelos. Desta forma, o edifício branco, com os detalhes em pedra, recortava-se diretamente da natureza – céu e arvoredo – para a contemplação do fiel.
Na linha de acesso, à edificação, uma espécie de antes.