Francis Bacon
Essas noções, ou ídolos deletérios no entendimento, tornavam o intelecto obtusado. Ele enumerou quatro óbices que chamara de ídolos: Ídolos da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro. Vejamos:
Ídolos da Tribo: encontram-se na própria natureza humana e pertencem a espécie humana. Para Bacon os sentidos e o intelecto humanos são comparados a um espelho que distorce e corrompe aquilo que reflete o universo. Por isso essas faculdades, por si sós, não são suficientes para interpretar a natureza, de forma a se aproximar de sua real essência
(Nossos sentidos e opiniões nos enganam com miragens e devaneios);
Ídolos da Caverna: somando-se a limitação da própria natureza humana há mais outra insuficiência – uma distorção no entendimento semelhante a uma caverna - corrompedora da luz que vem da natureza, luz essa que traria a informação reveladora da verdade e realidade. Essa caverna é a variação da predisposição dos indivíduos, acrescida de uma natureza singular influenciável por opiniões externas e informações de diversos meios (mídias). Tudo isso empanando o descortino do verdadeiro conhecimento
(o excesso de informação não fundamentada somada a idiossincrasia acarretam erros);
Ídolos do Foro: o filósofo entende que as relações sociais, com seu jogo de palavras que dissimulam o embate das forças sociais declaradas e subliminares, também corrompem o entendimento e clareza da ciência e do saber em todos os campos do conhecimento;
( A linguagem, por sua condição simbólica, e também manipulada por dominação de classe, não define os objetos a que pretende pertencer. Há um distanciamento da ciência objetiva);
Ídolos do Teatro: esses ídolos, os falsos conceitos, são as ideologias; sejam quais forem as doutrinas,