A principal contribuição de Bacon esta na apresentação de um novo método que procura livrar o cientista das posições extremas e, portanto, estéreis do empirismo e do racionalismo radical. Bacon não resolveu o problema fundamental da passagem do particular para o universal, porque os conceitos de processo e esquemas, desenvolvidos por ele, são muito obscuros não permitindo uma sustentação consistente para justificação de seu método. Além disso, pode-se afirmar que Aristóteles já tratava da indução, porém se restringiu a suas características puramente formais. Para ele, em poucas palavras, o método consiste em, uma dada coleção de fenômenos ou de coisas particulares, extrair o que existe de geral para todos e em cada um deles. Para Bacon, a indução torna-se amplificadora, ou seja, parte de uma coleção limitada de fatos e o que se descobre como válido para eles é estendido a todos os análogos, ainda que não tenham sido pesquisados um por um. A diferença da indução de Bacon para a de Aristóteles é que esta apenas ordena o já conhecido, enquanto a baconiana amplia o conhecimento, fazendo progredir, desse modo, o saber. No método baconiano, ao procurar novas verdades, não pode ser encontrado verdades, sem passarmos as hipóteses da experimentação e da observação. E, nesse processo, a instância negativa é de grande importância. Percebe-se, daí, que a grande inovação introduzida no método de Bacon é o caráter eliminativo que a indução passa a ter. A indução correta é aquela na qual se procede por rejeição e exclusão, por meio da eliminação de possibilidades concorrentes. Observamos que Francis Bacon defendia o avanço dos conhecimentos, as mudanças sociais e políticas e o desenvolvimento das ciências e da filosofia proporcionando uma grande reforma do conhecimento humano, que seria também uma grande reforma na vida dos homens. Não há dúvida de que o método de Bacon está superado em grande parte. Não obstante, representou em uma dada época o alicerce necessário para o avanço