Fractais na Arquitectura
Susana Rosado-Ganhão
Professora Auxiliar srosado@fa.utl.pt Resumo
Uma forma de inovar na simplicidade, em Arquitectura, é usar a geometria dos fractais. Uma técnica simples de iterativamente chegar a formas fantásticas e muito agradáveis de integrar no desenho de uma obra de arte: sejam edifícios, pontes, jardins, e outros.
Vamos abordar o conceito essencial da geometria dos fractais e analisar exemplos da sua aplicação em edifícios e cidades.
Para isso faz-se uma introdução ao tema pelos primórdios da geometria fractal referindo exemplos como o Conjunto de Cantor (de 1880), e o Triângulo de
Sierpinski (de 1915).
Percorrem-se as propriedades dos fractais e as potencialidades desta geometria e analisam-se exemplos de estudos que demonstram que as cidades, e as urbanizações em geral, apresentam características que podem ser explicadas, cientificamente, pela geometria fractal, fazendo-se um paralelo entre as propriedades dos fractais e as dos padrões urbanos, que são idênticas.
As maiores potencialidades desta geometria, em termos arquitectónicos, surge a partir do momento em que é possível gerar computacionalmente fractais (em
1975), cujas formas têm uma beleza incontornável (neste trabalho apresentamos algumas). Através da criatividade e da compreensão da lógica iterativa desta geometria podem-se obter formas aplicáveis a variadíssimos temas da Arquitectura.
Palavras-chave: fractais, geometria fractal, lógica iterativa.
1. Introdução
“As nuvens não são esferas, as montanhas não são cones, as linhas costeiras não são círculos, a casca das árvores não é lisa e os relâmpagos não viajam em linha recta”.
Benoît Mandelbrot
A geometria fractal surgiu nos anos 70 do séc. XX, pela mão de Mandelbrot.
Surgiu como uma intenção de descrever diversos fenómenos na natureza onde não pode ser utilizada a geometria tradicional: nuvens não são esferas; montanhas não são cones continentes não são círculos; nem o raio