Fracasso Escolar E Avalia O Duas Faces De Uma Mesma Moeda Artigo Final
“As coisas têm muitos jeitos de ser, depende do jeito da gente ver. É bom ver de um jeito agora, ver de outro jeito depois, e melhor ainda ver na mesma hora dos dois”.
Jandira Masur
0. Introdução Ao nos debruçarmos, de forma mais geral sobre as questões que hoje se colocam no contexto educacional e em especial sobre a questão do fracasso escolar, é inevitável, para não dizer inerente à natureza humana, que ajuizemos em prós e contras sobre um ou demais aspectos envolvidos no contexto. Essa postura nos leva, não só à fragmentação do objeto a ser estudado, mas principalmente a uma situação que, muitas vezes, distorce o próprio objeto ou ainda a ação do avaliador.
Este artigo tem como objetivo, numa tentativa de superar essa dicotomização, retomar as concepções de mundo, de homem e de conhecimento, no desenvolvimento da história, a concepção de saber e conhecer, além dos mecanismos de argumentação e manipulação presentes no discurso político educacional e os sistemas de valores subjacentes que interferem diretamente na prática escolar. Claro está que – ainda que fosse possível - seria muita pretensão querer resgatar a história da humanidade na visão ocidental, mas ousamos pontuar aspectos para formarmos uma rede que nos permita estabelecer alguns nexos e situá-los hoje à luz da racionalidade e da historicidade.
1. Significando a avaliação
Segundo Aurélio, avaliar é: determinar a valia ou o valor de; apreciar ou estimar o merecimento de; fazer a apreciação; ajuizar. Assim, ao avaliarmos, emitimos um juízo de valor que não é absoluto, mas relativizado, pois que “na realidade, nenhum juízo de valor ‘existe’ em um tal isolamento. Todo juízo funciona sempre, explícita ou implicitamente, como parte da totalidade de uma teoria, de uma concepção do mundo, de uma imagem do mundo” (Heller:1992;13).
A avaliação escolar tem sido discutida, via de regra, em seus aspectos técnicos, tanto