Foulkes
Embora, em sentido estrito, não incluído entre os membros da escola de relações objetais, aquele que cunhou o termo “grupoanálise”, S. H. Foulkes, é considerado o criador da psicoterapia psicanalítica de grupo. Contemporâneo de Bion, embora de origem alemã, estabeleceu-se na Inglaterra e, com a ajuda de Ernst Jones, ingressou na Sociedade Britânica de Psicanálise à mesma época em que Melanie Klein nela exercia poderosa influência (ILÁRIO, 2011). Foulkes trouxe importantes contribuições para a psicoterapia de grupo, ao idealizar concepções acerca da rede de comunicações, considerando o grupo como um instrumento para tratar as redes de relação de cada paciente (SANTOS, 2010). Foulkes considerava que, no grupo, existia uma rede de elementos transferenciais dirigidos (1) de cada participante para o analista, (2) de cada participante para o grupo, (3) de cada participante para cada participante e (4) do grupo como um todo para o analista. O processo grupal se dá no aqui e agora do grupo, entendendo-se, com isso, que tudo o que é trazido para o grupo, sejam experiências passadas dos participantes ou fatos relacionados ao mundo exterior, é apropriado de forma a se articular ao processo grupal e receber ressignificação. Assim, o tempo presente do grupo congrega tanto acontecimentos passados quanto projetos que, atualizados na situação grupal, podem ser objeto de elaboração (AFONSO, 2010). Com um enfoque gestáltico, para Foulkes o “grupo se organiza como uma nova totalidade, diferente das soma dos indivíduos”. Foi fortemente influenciado pelas ideias de Kurt Lewin, principalmente nas suas concepções de que “o ser humano é eminentemente grupal, social, ligado, como um nó, à realidade exterior, de modo que deva ser sempre visto na sua rede de comunicações” (SANTOS, 2010). Segundo Afonso (2010), a “grupoanálise” de Foulkes centra-se no processo grupal, nas interações e em cada indivíduo tomado não de