Foulcault A Verdade E As Formas Jur Dicas

O presente texto busca salientar a discussão feita por Foucault na Conferencia 1, em “A Verdade e as Formas Jurídicas”, a respeito da teoria do conhecimento que me parece relevante no estudo antropológico acerca da ciência.
Michel Foucault apresenta uma discussão singular e relevante para os estudos antropológicos acerca dos regimes de conhecimento, busca demonstrar a produção de saberes e conseqüentemente de novas formas de sujeitos e sujeitos de conhecimento através das práticas sociais. Essa concepção se torna evidente nas conferências apresentadas em “A Verdade e as Formas Jurídicas”. O autor se afasta do marxismo acadêmico, o qual supõe a existência a priori de um sujeito humano e das formas de conhecimento, e também da filosofia ocidental predominante, na qual podemos ver em Kant um tipo sujeito que possibilita a existência do conhecimento e a aparição da verdade. Foucault busca em Nietzsche elementos para construir sua argumentação, porque segundo o primeiro há neste autor um tipo de discurso no qual se faz a análise histórica da construção do sujeito e surgimento de um tipo de saber, o filósofo alemão foi o primeiro a salientar o caráter político do regime de conhecimento, que é negado pela modernidade como veremos adiante na constatação de Bruno Latour. A ideia que Foucault leva adiante é a da invenção do conhecimento, de que este não possui origem e não é dado ou presente em absoluto na natureza humana, o conhecimento não é um instinto humano em si, mas o produto de uma relação de força e dominação destes instintos. Como Nietzsche constata de maneira metafórica, o conhecimento é “uma centelha entre duas espadas”, mas não é feito de nenhuma delas. “É a luta, o combate, o resultado do combate e conseqüentemente o risco e o acaso que vão dar lugar ao conhecimento” (FOUCALT, P. 17, 2005). O conhecimento para o autor não é algo dado previamente, este se localiza entre uma natureza humana e um mundo, porém não existe nenhuma afinidade, semelhança ou elos