FOTOSSINTESE
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FOTOSSÍNTESE, CONDUTÂNCIA ESTOMÁTICA,
TRANSPIRAÇÃO E AJUSTAMENTO OSMÓTICO DE
PLANTAS DE BURITI SUBMETIDAS A ESTRESSE
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HÍDRICO
Maria Elisa Ribeiro Calbo 2 e José Antônio P. V. de Moraes 3
Departamento de Botânica, Universidade Federal de São Carlos, C.P.
679, São Carlos, SP, 13565-905. Brasil
RESUMO- Plantas de buriti (Mauritia vinifera Mart.) com 5 meses de idade foram cultivadas em vasos contendo 7 kg de solo e submetidas a estresse hídrico pela suspensão da irrigação. Após 41 dias sem irrigação o estresse hídrico reduziu a fotossíntese para zero. Neste ponto, quando o potencial hídrico foliar atingiu -2,1 MPa, as plantas foram reidratadas com irrigações diárias. Este valor de potencial hídrico, correspondente a fotossíntese zero, está na faixa previamente observada para mesófitas e para árvores da floresta tropical úmida. A manutenção de concentrações internas de CO2 relativamente altas durante o desenvolvimento do estresse sugere que a redução observada na taxa de fotossíntese ocorreu independentemente do aumento da resistência estomática. A taxa fotossintética foi recuperada completamente após 5 dias de reidratação. A análise das curvas de pressão e volume, após o lento e gradativo estabelecimento do déficit hídrico foliar, mostrou diminuição do potencial osmótico. Os valores de potencial osmótico no ponto de turgescência zero foram -1,5 MPa e -1,85 MPa para plantas do controle e estressadas, respectivamente. O ajustamento osmótico durante o estabelecimento do estresse hídrico foi estimado como sendo de 18,9 %, na turgescência zero e de 17,0% na turgescência máxima. Estes resultados sugerem que o buriti possui mecanismos para tolerar déficit hídrico moderado, pois pode manter valores de turgescência positivos em potenciais hídricos relativamente baixos.
Termos adicionais para indexação: palmeiras,
Mauritia vinifera.
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Recebido em22/10/96 e aceito em 03/07/1997.
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