Fotografo de Guerra
Documentário "Fotógrafo de Guerra", sobre James Natchwey.
OLHAR A GUERRA
Quando se fala em fotografia, o que se tem em mente são imagens que despertem o olhar ao belo com perfeição e o máximo de veracidade fotográfica. Ângulos de captação de imagem, foco, cor, enquadramento, resolução. O fotógrafo que domina com eficiência a câmera em suas mãos com sua particularidade, com a ideia do que será registado e olhar poético consegue passar para todos que se deliciam com suas fotografias, o prazer de um bom momento e/ou paisagem.
Mas tão logo quando se assiste o documentário “Fotógrafo de Guerra” a desconstrução de ideia sobra à satisfação de olhar as imagens dão lugar à inquietação na busca da conscientização da humanidade por aqueles que sofrem sem um mínimo de dignidade.
James Nachtwey (Jim), o personagem principal afirma que não pretende que suas imagens sejam vistas como obra de arte. São uma forma de comunicação. Jim vai mais longe e afirma: “conseguirei... com a fotografia, com as minhas imagens conseguirei convencer as pessoas”.
Pelos menos três verbos aparecem nas falas de Nachtwey, são os verbos ver, comunicar e convencer. O fotografo de guerra, muitas guerras, é taxativo ao afirmar que temos que ver a realidade. Que realidade seria essa talvez fosse à pergunta. A realidade da dor, do sofrimento, da miséria do próximo. Comunicar a humanidade o quantos muitos estão a sofrer por todo o mundo e convencer que se pode ter um olhar diferente, um olhar se não de compaixão, mas sim de respeito ao outro. Ainda no mesmo dilema de comunicar James lança um questionamento:
Será possível pro um fim numa forma de comportamento humano que existiu ao longo de toda a historia, através da fotografia? E conclui: Para mim a força da fotografia reside na capacidade de evocar o sentido de humanidade. Se a guerra tenta negar a humanidade, a fotografia poderia conceber-se como o oposto da guerra. E se for bem usada, constitui um poderoso antídoto