Introdução De 1825, quando da obtenção da primeira imagem através das experiências de Nicéphore Niépce, passando por todo o século XIX, com as transformações nos processos fotográficos, a invenção do processo negativo/positivo, a introdução da gelatina como aglutinante, a primeira fotografia em cores, o surgimento do celulóide, da câmera fotográfica e do cinema, adentrando o século XX, que trouxe o flash, o formato 35 mm, o desenvolvimento da foto colorida, do cinema e das películas, a câmera automática (popularmente conhecida como Polaroid) e a invenção da fotografia digital, acompanhando o paralelo histórico científico da eletrônica e da informática: durante todos estes anos (quase dois séculos) a fotografia se prestou a muitos papéis, e os desempenhou com galhardia. O último deles, por assim dizer, foi o de enredo de escola de samba em 2007 no carnaval do Rio de Janeiro: a Unidos da Tijuca mostrou “uma viagem pela memória criada pela luz”1, e por artistas (fotógrafos) que proporcionam uma forma mágica de recordar, e levou a Monalisa à Marquês de Sapucaí, perguntando qual seria a verdade da Gioconda se ela tivesse sido fotografada, fazendo uma alusão ao ar enigmático do retrato pintado, e propondo, em contraposição, a possibilidade do retrato ser mais verdadeiro – e mais fácil de ser decifrado, por conseguinte – se fosse uma fotografia e não uma pintura. Os carnavalescos apresentaram, desta forma, nesta típica festa de cultura popular brasileira, talvez a obra mais representativa das artes plásticas – especialmente em pintura –justamente para fazer uma comparação com a fotografia. É bom lembrar que o criador da Monalisa é também o artífice do princípio da câmera fotográfica: Da Vinci trabalhou com os já antigos conceitos óticos e elaborou o princípio da câmera escura, que consiste numa sala quase totalmente vedada à luz, com um pequeno orifício em uma das paredes através do qual a luz passa, projetando imagens invertidas dos objetos externos