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A transferência, no tratamento analítico, invariavelmente nos aparece, desde o início, como a arma mais forte da resistência, e podemos concluir que a intensidade e persistência da transferência constituem efeito e expressão da resistência. Por outro lado, uma relação de dependência afetuosa e dedicada pode ajudar uma pessoa a superar todas as dificuldades de fazer uma confissão. Assim, a transferência para o médico poderia, de modo igualmente simples, servir para facilitar as confissões.
De certo modo, não podemos compreender o emprego da transferência como resistência enquanto pensarmos simplesmente em “transferência”. Temos de nos resolver a distinguir uma transferência ‘positiva’ de uma ‘negativa’.
A transferência positiva é ainda divisível em transferência de sentimentos amistosos ou afetuosos, que são admissíveis à consciência, e transferência de prolongamentos desses sentimentos no inconsciente. Com referência aos últimos, a análise demonstra que invariavelmente remontam a fontes eróticas. E somos assim levados à descoberta de que todas as relações emocionais de simpatia, amizade, confiança e similares, das quais podemos tirar bom proveito em nossas vidas, acham-se geneticamente vinculadas à sexualidade e se desenvolveram a partir de desejos puramente sexuais, através da suavização de seu objeto sexual, por mais puros e não sensuais que possam parecer à nossa auto percepção consciente.
A transferência para o médico é apropriada para a resistência ao tratamento apenas na medida em que se tratar de transferência negativa ou de transferência positiva de impulsos eróticos reprimidos.
A manifestação de uma transferência negativa é, na realidade, um acontecimento muito comum nas instituições. Assim que um paciente cai sob o domínio da transferência negativa, ele deixa a instituição em estado inalterado ou agravado. A transferência erótica não possui efeito tão inibidor nas instituições, visto que nestas, tal como