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MÍMESE

“O mundo é um fluxo contínuo de mudanças e nós nunca podemos nos banhar no mesmo rio porque quando formos nos banhar pela segunda vez, nem o rio é o mesmo e nem nós somos os mesmos” (frase atribuída a Heráclito e esta influenciou Platão).

A Arte e a Literatura tem origem e, segundo Aristóteles, se encontram em nosso gosto por imitar. Ele diz que as artes repetem um acontecimento para que o experimentemos de novo e venhamos a ampliar nosso conhecimento sobre ele. Sendo a arte a essência da realidade (A poética de Aristóteles: tradução e comentários – Fernando Maciel Gazoni – SP – 2006).

Ao lermos uma obra literária trazemos para a nossa realidade tudo o que o autor viveu e/ou imaginou e nós o imitamos na tentativa de tornar real aquela visão. Não somos 100% eficazes na representação por depender das nossas próprias vivencias, dos conceitos e, de modo mais amplo, da nossa cultura. Somos como crianças tentando imitar os adultos. Tentamos mas não passamos de uma cópia. Para Aristóteles estamos falando de mimese, que é a própria realidade quando se torna real, ou seja, a mimese refaz o caminho da natureza (Dicionário dos Termos Literários – Moisés Massaud).

Diante do exposto concluo que a literatura imita a realidade e cria um mundo paralelo, um mundo autônomo em comparação ao contexto da obra concebida. Cabe ressaltar que esta obra estará sendo sempre influenciada e transformada conforme ela é apreciada com o passar do tempo e, novas visões serão criadas e nova realidade será descoberta.

* USP – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – 2006 – TESE FERNANDO MACIEL GAZONI.pdf

* MOISÉS, Massaud. Mimese. In. Dicionário dos Termos Literários. 12 ed. São Paulo: Cultrix, 2004, p.292-294).

* https://www.youtube.com/watch?v=ZQdjpxwiKpY

* https://www.youtube.com/watch?v=zrN7sDyGfnI