Formação étnica brasileira
16 de outubro de 2012
Arte por Arte
IFRR _ Campus Boa Vista
Maldição Se por vintes anos, nesta furna escura, Deixei dormi a minha maldição, Hoje, velha e cansada da amargura, Minha alma se abrirá como um vulcão. E, em torrentes de cólera e loucura, Sobre a tua cabeça ferverão Vinte anos de silêncio e de tortura, Vinte anos de agonia e solidão... Maldita sejas pelo ideal perdido! Pelo mal que fizeste sem querer! Pelo amor que morreu sem ter nascido! Pelas horas vividas sem prazer! Pela tristeza do que eu tenho sido! Pelo esplendor do que eu deixei de ser!... [furna: caverna] BILAC, Olavo. Poesias. Organização e prefácio de Ivan Teixeira. São Paulo: Martins Fontes, 1997. p . 216.
TEÓFILO DIAS
No ano de 1882, com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias, é o marco do Parnasianismo no Brasil, com origem na França em meados do século XIX, em oposição ao Romantismo. Esse termo “Parnasiano” deriva-se de uma antologia, Le Parnasse Contemporain (O Parnaso Conteporâneo), que faz referência a região montanhosa da Grécia que segundo as lendas ali moravam o deus Apolo e as musas inspiradoras dos artistas. A poesia parnasiana se defina pela valorização da forma como expressão do belo. A elaboração do poema, a busca pela palavra mais rara, o rigor na versifiação e na metrificação farão do poeta parnasiano um artesão litérario. Sua obra deve ser o resultado do esforço de lapidação da forma ate que chegue à perfeição absoluta. O objetivo declarado dos poetas parnasiano era um só: devolver a beleza formal à poesia, eliminando o que conscideravam os excessos sentimentalistas romanticos que comprometeriam a qualidade artística dos poemas. TEÓFILO DIAS (1854-1889)
P á g i n a
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A r t e
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A r t e
Um dos poemas mais conhecido de Teófilo Dias
A ESTÁTUA Fosse-me dado, em mármore de Carrara, Num arranco de gênio e de ardimento, Às linhas do teu corpo o movimento Suprimindo, fixar-te a forma rara, Cheio de força, vida e sentimento,