Formação e modernização da agricultura brasileira e seus benefícios aos pequenos agricultores.
Foi no período militar, que o Brasil conheceu a afamada “modernização conservadora”, em que houve crescimento na economia sem a conseqüente melhoria social. Pelo contrário, tivemos arrocho salarial, incentivo à migração campo-cidade e ditadura. Tais políticas geraram o agronegócio, que vem sendo quase que a “política oficial para o campo” de todos os governos pós-ditadura.
O ex-presidente Lula, trazia uma esperança de mudança, mas transformou a luta camponesa em “política social” e continuou dando todo o apoio ao agronegócio. Neste sentido, a reforma agrária tradicional deveria ser repensada pela esquerda, até porque o capitalismo não está mais merecendo os créditos das reformas.
Como poderíamos analisar este novo momento? O Brasil tornou-se uma das maiores economias capitalistas do planeta. Assim, não mais precisamos ver nos objetivos para a reforma agrária o “aumento da produtividade no campo”. Não mais necessitamos “desenvolver forças produtivas” e nem precisamos de “mais capitalismo”. Assim, o momento seria de colocarmos a questão agrária objetivando o embate com a sociedade do capital, visando uma melhor distribuição das terras.
Reconhecermos a existência do trabalhador assalariado no agronegócio e buscar alianças políticas com estes trabalhadores e os camponeses. Lembremos que, nos anos 1980, os chamados “bóias-frias” da cana tiveram importante papel político levando adiante greves históricas, ajudando a pôr fim à ditadura moribunda. Estes trabalhadores estão hoje bastante “invisíveis”. Defendermos o trabalhador camponês, não apenas com políticas sociais e bolsas, mas como um importe segmento social e econômico para o país como um todo. Não devemos apenas mostrar dados quantitativos, mostrando o quanto este trabalhador seria produtivo para produzir alimentos que consumimos no dia-a-dia, pois estes dados não mostram as dificuldades que este trabalhador