Formação para o trabalho
De um ponto, assiste-se a um grande desenvolvimento das forças produtivas e, de outro, um elevado índice de desemprego no Brasil. Neste contexto, milhões de indivíduos estão excluídos do ciclo produtivo, estando entre eles os jovens.
Dada a situação apresentada, um município de um estado Brasileiro mantém uma instituição que desenvolve um programa que visa inserir jovens com renda per capita de, até, meio salário mínimo, acima de 16 anos e abaixo de 18 anos no mercado de trabalho legal, com Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), assinada pelo empregador e registrada no Ministério do Trabalho. Para a inserção, os jovens são entrevistados pelo empregador, na maioria dos casos, o próprio empresário, sendo, às vezes, a entrevista realizada pelo profissional responsável pelo setor de Recursos Humanos da empresa. Uma consulta às fichas cadastrais do referido programa, referente ao período de janeiro a julho de 2007, permitiu constatar que, de 48 jovens submetidos à entrevista, 25 passaram na 1ª e 23 participaram de várias, que variaram de 3 a 14, sendo reprovados em todas.
Analisaram-se, então, as informações referentes à trajetória escolar desses 48 jovens e se fez a constatação que os que foram aprovados na 1ª entrevista apresentavam trajetória escolar linear, ou seja, sem interrupção alguma, enquanto os que não foram aprovados nas entrevistas apresentavam uma trajetória com várias repetições escolares.
A trajetória escolar não-linear é a perda das referências acumuladas no campo escolar,como os valores e a cultura que sitiavam os jovens no universo da sua caminhada pelos anos na escola.
Como então, se relaciona a trajetória escolar não-linear do jovem empreendida no sistema educacional? Para Durkheim (1978), a importância do processo educacional se baseia no fato de que a escola tem como função principal a transmissão da cultura. Ainda para o mesmo autor, a educação se apóia na concepção do homem e da sociedade, e o