Formação histórica da homossexualidade
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FORMAÇÃO HISTÓRICA DA HOMOSSEXUALIDADE: UM PERCURSO MARCADO PELA DISCRIMINAÇÃO E PELO PRECONCEITO
"A gente vai à luta e conhece a dor, consideramos justa toda forma de amor".
Lulu Santos.
Realizar uma abordagem histórica sobre a homossexualidade sem considerar a totalidade da sexualidade humana dificilmente pode-se chegar a um resultado preciso.
Quando a sexualidade humana ultrapassar os limites pré-estabelecidos de necessário somente para a procriação, "confiscado a família conjugal", e adentrar num cenário de prazeroso, estes recortes passam a existir com duas vertentes: o aceitável e o não aceitável. "Defini-se de maneira muito mais estrita onde e quando não era possível falar dele; em que situações, entre quais locutores" (FOUCAULT, 1988 p: 22)
Mediante aos aspectos político-culturais, isso também passa a ter algumas configurações até mais eufemistas com possibilidades de: toleráveis, compreendidos e assimilados.
Para FOUCAULT, 1988, a sexualidade vista como mecanismo de repressão supõe duas rupturas: o nascimento das grandes proibições, no século XVII e o momento em que essas proibições começam a afrouxar, no século XX (p: 109).
Em se tratando de direitos humanos, a vertente de promoção das igualdades sai perdendo diante daquilo que foi construído como "normas" de conduta, ética, moralidade (imoralidade) e de valores. Nesse contexto, as interdições sexuais imperiosas passam a uma relativa tolerância, eliminando em parte alguns tabus.
Porém, em se tratando da homossexualidade esse processo continua lento. A partir do século XIV, para SPENCER, 2000, a homossexualidade passou a ser relacionada a um conceito mais contraditório ainda. Além de "heresia e a usura, foi ligada a algo mais sinistro – feitiçaria e demonismo". (p: 121)
Aos gregos antigos, o ato sexual era positivo, sendo os cristãos os responsáveis na associação ao mal e passaram