Formação em ciclos
A escola ciclada, pautada nos pilares filosóficos de pensadores como Antonio Gramsci, Paulo Freire, Moacir Gadotti, Lev Vygotsky, Jean Piaget e outros, diz respeito à organização, distribuição e divisão dos anos em que os alunos passam na escola, assim como sua forma de avaliação. Segundo Lima (2002), Ciclo é uma proposta de estruturação da escola e envolve, principalmente a gestão (o gerenciamento do tempo e a utilização do espaço) e visa a socialização do conhecimento Os ciclos tratam de uma forma de organização diferente da organização seriada da qual estamos habituados: transmissão de conhecimento ano após ano com avaliações finais que permitem ou impedem que o aluno passe para a próxima etapa do aprendizado (a série seguinte).
Esta organização pode ser feita de dois em dois anos, três em três anos, quatro em quatro anos, em que cada conjunto de tempo representando um ciclo de aprendizado. A forma pela qual se define o agrupamento escolar (a turma) é diferente, pois não mais orientada pelo conhecimento anterior adquirido (expresso pelo alcance da média escolar nas provas finais ou pela colocação dos que mais sabem determinado conhecimento em separado dos que menos sabem), e sim pelo direito da vivência de sua idade na escola, sem as rupturas causadas pela repetência na formação seriada, que é importante também para o desenvolvimento da personalidade.
Desta forma, a formação em ciclos pretende respeitar a heterogeneidade da turma, principalmente os diferenciados ritmos de aprendizado. Em uma crítica a formação seriada anual, na qual os alunos recebem o conhecimento necessário para a série seguinte, são avaliados e, a partir desta avaliação, caso não atinjam as metas estabelecidas pelo educador, repetem a série e são submetidos ao mesmo método de ensino, para que, através da repetição, possam aprender; a formação em ciclos levanta a proposta de que se precisa respeitar o ritmo do aluno e, caso ao final de um ciclo – após uma avaliação