Formação do professor de língua portuguesa: reflexões sobre o ensino-aprendizagem de gramática
Éberton Lopes de Aguino ebertonmicrolins@hotmail.com Rosângela Rodrigues Borges
Rosangela.borges@unifal-mg.edu.br
Ao ingressar na universidade, o licenciando crê que irá aprender gramática para poder ensinar gramática e que, no ensino básico, não adquiriu o conhecimento gramatical suficiente da normal culta padrão. Ademais, tem-se tornado comum que nos cursos de Letras não haja uma disciplina abordando exclusivamente gramática (normativa, descritiva, etc.) e sim a prioridade de se ensinar as análises e as reflexões linguísticas.
No Projeto Pedagógico dos Cursos de Letras, percebe-se que todas as disciplinas e respectivas ementas são importantes, mas problematizamos: será que priorizando certas disciplinas e “excluindo” o estudo das gramáticas descritiva e normativa estará o graduando em Letras capacitado para trabalhar com o ensino de Língua Portuguesa (LP) na perspectiva funcionalista? Afirma-se na universidade que o professor de Língua Portuguesa (em formação inicial ou o professor que já atua) precisa saber gramática, mas que não se deve ensinar essa mesma gramática ao aluno da Educação Básica, visto que, o objeto de ensino neste nível é o texto e deve-se adotar uma abordagem de ensino mais funcional, mais voltada para o uso da língua.
Considera-se que se esse professor em formação sequer possui um bom conhecimento de gramática e se no ensino superior não irá aprendê-la de forma sistematizada, como então esse mesmo professor poderá ensinar uma gramática funcional e seguir as orientações teórico-metodológicas dadas nos cursos de Letras da atualidade?
Acreditamos que para os futuros professores de Língua Materna (neste trabalho usamos língua materna para nos referirmos à Língua Portuguesa) conseguirem trabalhar na perspectiva funcionalista, é necessário conhecer também, além das teorias linguísticas, as gramáticas descritiva e normativa, a fim de que,