formação do mundo
Numa primeira fase, acompanhando o processo de desagregação do Império Carolíngio, o desaparecimento de um poder régio forte e de uma administração centralizada, vão-se formando principados, reinos independentes do poder central, pelas mãos da aristocracia e de funcionários anteriormente bem colocados na corte carolíngia. Muitos antigos condes e missi dominici, que percorriam o Império em nome do rei, passam agora a ser senhores dos seus próprios domínios. No interior do território da Germânia - na Suábia, na Saxónia, na Lorena, na Baviera, na Francónia - surgem principados, reinos mais pequenos, quase independentes do rei. O mesmo se passa no território de França - na Borgonha, na Aquitânia, na Gasconha, na Normandia, na Flandres - bem como no território italiano - em Friúli, em Ivrea, na Toscânia.
Numa segunda fase, poucos destes principados irão sobreviver à proliferação de novos domínios - os feudos - que serão tanto laicos (da nobreza) como eclesiásticos (da Igreja). Cada um destes novos senhores são reis dentro do seu feudo, criando laços de fidelidade com os seus vassalos e formando quase uma corte nos seus castelos, onde procuram adquirir privilégios até aqui reservados ao monarca. Assim vão criar exércitos próprios, cunhar moeda, cobrar impostos e administrar a justiça.
As linhagens feudais remontam muitas vezes a antigos funcionários da dinastia Carolíngia ou a antigos cortesãos nobres ou eclesiásticos, no serviço direto do rei. Em alguns dos casos, os seus feudos são inclusivamente concedidos pelo monarca, mas muitos são adquiridos por usurpação.
Esta nova ordem política vai criar uma nova ordem social, baseada numa estratificação rígida das classes sociais, em que o lugar e a função de cada um é clara e distinta: é a sociedade de ordens. O clero tem a