Formaçao econômica do Brasil Celso Furtado - Resumo Parte 2 e 3
Só os fazendeiros possuíam permissão para implantar engenhos. Aqueles que possuíam engenhos possuíam algumas vantagens como isenção de tributos, garantia contra a penhora dos instrumentos de produção, honrarias e títulos, etc. A mão de obra indígena era insuficiente alem disso os índios poderia ser escravizados, mas em numero limitado. Para os que não se dedicaram a indústria açucareira a captura de indígenas se mostrou uma atividade bastante rentável. A mão de obra escrava só entra em cena quando a mão de obra escrava já estava assegurada. Ao final do século XVI a produção de açúcar já superava dois milhões de arrobas sendo que o governo lusitano esperava algo em torno de 100 mil arrobas. Investiu-se cerca de 15 mil libras nos 120 engenhos resultando em um investimento de 1800000 de libras. Havia 20000 escravos sendo que 15000 eram utilizados nos engenhos sabendo-se que cada um custava 25 libras estima-se que 375000 (20,85% do total investido) libras eram gastos com escravos. Em um ano favorável o valor total do açúcar exportado alcançou 2,5 milhões de libras sendo que 60% (1500000) de renda liquida ficava no Brasil correspondendo a ¾ do total gerado, sendo assim a renda total geral era igual a dois milhões de libras (1,5 milhões do açúcar + 0.5 milhão de atividades afim). Levando-se em conta que a população européia não ultrapassava 30000 habitantes depreende-se que a pequena colônia açucareira era excepcionalmente rica. A renda dos engenhos se concentrava na mão dos proprietários do engenho sendo que algo em torno de 5% correspondia a pagamentos por serviços prestados fora do engenho no transporte e armazenamento. Para cada dez escravos havia um assalariado sendo que o mesmo não recebia quantias superiores a 15 libras anuais (1500 trabalhadores x 15 libras = 22500). Gastava-se bastante com importação. No ano de 1639 gastou-se 800000 libras com importações. E exportou-se cerca de 1200000 libras de açúcar. A indústria