Acho que, antes de qualquer declaração de amor, exaltação de qualidades ou crise de ciumes, eu preciso te agradecer infinitamente por tudo que você é e também por tudo que você não é. Obrigado por saber tanto sobre mim e, ainda assim, sentar do meu lado, sorrir e dizer a-gente-é-da-gente-e-da-gente-ninguém-nos-tira. A verdade é essa: ninguém mais vai me conhecer como você me conhece, assim como eu tenho a absoluta certeza de que nenhuma outra pessoa irá percorrer os teus segredos e medos tão fundo e persistente quanto eu. Ninguém nunca vai entender o nosso riso descontrolado ao ouvir aquela piada sem graça que quase ninguém ri, tampouco vai achar razão nas nossas conversas sem fim em plena madrugada vazia. Muitos passam por essas vida sem ter sequer uma amizade verdadeira pra confiar, apoiar a cabeça e descansar do mundo. Eu, por outro lado, tenho você, graças a Deus, eu tenho você. E acho, de verdade, que todo mundo merecia alguém com o seu timbre de voz, a sua calma serena e o seu riso contagiante ao lado, pelo menos uma vez na vida. Não, isso não quer dizer que eu aceite te dividir com qualquer outra pessoa. Isso quer dizer que você é tão boa e companheira e confiável e amável que merecia ter todo mundo como amigo. O problema, meu bem, é que o mundo não merece alguém como você. Às vezes tenho vontade de te colocar dentro de uma caixinha e te guardar pra sempre no bolso, assim como guardo no coração, só pra que nenhum mal ou tristeza te desanime ou colora o seu caminho de cinza. Se tem uma pessoa no meio de toda essa hipocrisia de gente que merece ser feliz com tudo de bom e de mais bonito que ainda há no mundo, esse alguém, sem sombra de dúvidas, é você. Você que, como uma mãe, me lembrou os horários certos de tomar o remédio quando eu estava doente. Você que, como uma irmã, me ligou só pra falar mal "daquela biscate" ou "daquele garoto", porque sabia que rindo dos problemas eu me sentiria melhor. Você que, como amiga, me aconselhou da melhor forma que pode,