formas de vida
Bourdieu dedicou parte significativa de seus mais de 40 anos de vida acadêmica para os estudos no campo da Educação, tendo exercido influência em gerações de intelectuais de diversas áreas, mas principalmente aos que se dedicaram a estudos sobre educação1 . Inicialmente tais estudos estiveram principalmente concentrados em demonstrar os mecanismos escolares de reprodução cultural e social e as “estratégias” do sistema escolar para diferentes agentes e grupos sociais. O sociólogo sempre manteve uma concepção pessimista em relação a escola e ao sistema educacional, ele entendia como uma grande ilusão afirmar que o sistema escolar é um facilitador da mobilidade social, quando na verdade a escola se demostra como o ambiente onde todas diferenças de classes serão atenuadas e assim coopera com a conservação social. São essas noções que posteriormente fundamentam afirmações sobre a legitimidade das desigualdades sociais e meritocracia.
Os Intelectuais e a educação
Gramsci examinou de perto o papel dos intelectuais na sociedade: todo homem é um intelectual, já que todos têm faculdades intelectuais e racionais, mas nem todos têm a função social de intelectuais. Ele propôs a ideia de que os intelectuais modernos não se contentariam mais de apenas produzir discursos, mas estariam engajados na organização das práticas sociais.
Segundo sua análise, “não há actividade humana da qual se possa excluir de toda intervenção intelectual, não se pode separar o ‘homo faber’ do ‘homo sapiens’” enquanto, independentemente de sua profissão específica, cada um é a seu modo “um filósofo, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, tem uma consciente linha moral”, Mas, nem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais.
Historicamente se formam categorias particulares de intelectuais, “especialmente em relação aos grupos sociais mais importantes e passam por processos mais extensos e complexos em conexão com o grupo social