Forma Ao De Professores Nilda Alves
A formação de professores representa um dos muitos problemas apontados no debate sobre a escola pública no Brasil. Há quase uma década, os pensadores envolvidos com a educação vêm destacando a má formação profissional dos professores. E interessante porque os t e m a s e n t r a m em debate, não se sabe muito bem como e nem por que, e vão se sucedendo um a um até ficarem gastos.
Nos últimos anos assistimos a este movimento com relação a alguns temas. Primeiro foi a vez do tecnicismo na educação; depois veio a democratização da escola; em seguida o fracasso escolar; e agora é a vez da formação de professores.
À medida que um t e m a é escolhido passa a ser tratado até a exaustão e será substituído por outro sem que se tenha esgotado ou provocado m u d a n ç a s na situação da educação e da escola. Entre o que se estuda e o que se consegue transformar, há uma distância muito grande. Fica-me então uma indagação: estaremos nós, na educação, investigando profundamente os temas que elegemos como prioritários ou com legítimos? Se estamos, por que não conseguimos interferir nos rumos da transformação efetiva da educação, de seus agentes e suas instituição? Uma pista que se apresenta a n t e essas indagações aponta para a possibilidade de estarmos fazendo estudos e análises segmentados, que não se aprofundam pela troca fecunda de idéias en-
Em Aberto, Brasília, ano 12, n.54, abr./jun. 1992
tre grupos de diferentes áreas que se interessam pela pesquisa em educação. O u t r a possibilidade está ligada à sedução exercida sobre os pesquisadores pelos chamados t e m a s novos ou palpitantes, que se apresentam como a última descoberta apta a solucionar os graves problemas vividos no campo da educação.
Ao tomar contato com esta coletânea organizada pela professora Nilda Alves, a primeira sensação que tenho é de que os autores, que participam com seus artigos neste livro, configuram-se