Fordismo
Economia, Estado e Relações de Trabalho
Fordismo e Pós-Fordismo no Brasil
William Nozaki
O taylorismo-fordismo brasileiro
No Brasil dos anos 20 já se anunciavam algumas preocupações, sobretudo no meio industrial paulista, com o estabelecimento de um ideário taylorista. Tal fato se mostra na discussão sobre a legislação de férias e do trabalho do menor; esses dois pontos da agenda estatal despertaram certa resistência em alguns segmentos do empresariado brasileiro. Estes alegavam que, antes de regulamentar o mercado de trabalho, seria necessário ampliar o trabalho assalariado e constituir um conjunto de instituições capazes de garantir a nova forma, moderna, de produção e de relações de trabalho (Vianna, 1999:60)
No entanto, é após a crise de 29 e, mais especificamente, com a revolução de 30 que o taylorismo é apresentado como uma forma de racionalização do trabalho, e tem sua expressão mais organizada com a formação do Idort (Instituto de Organização Racional do Trabalho), em 1931, por lideranças do empresariado paulista.
Na fundação do Idort, é destacada como diretriz central a necessidade de implantação e difusão do taylorismo como forma de promover a educação (leia-se: domesticação) do operariado fabril indisciplinado.
A propagação de práticas tayloristas tem lugar, num primeiro momento, na administração pública, principalmente no estado de São Paulo e nas companhias ferroviárias.
Já no Estado Novo, a formação do DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público) foi um reforço ao trabalho do Idort, à medida que se tornou também um dos principais propagadores das idéias tayloristas.
É interessante observar que uma das orientações centrais do empresariado foi o incentivo ao ensino industrial, isto é, havia a preocupação em qualificar a mão de obra para que se pudesse substituir os operários estrangeiros – fonte de