ford
Em 1903, o industrial americano Henry Ford fundou a Ford Motor Company, na cidade de Detroit. Naquele tempo, o produto que essa empresa fazia, o automóvel, ainda era uma novidade. Cinco anos depois, com o lançamento do modelo Ford T, o sucesso foi tão grande que o jeito tradicional de produzir carros não dava mais conta das encomendas. A solução encontrada por Ford, em 1913, foi implantar linhas de montagem. Em vez de cada um dos trabalhadores, sozinho, fazer um carro do começo ao fim, eles passaram a atuar todos juntos, dividindo as tarefas e passando adiante o veículo em construção. Para que tudo desse certo, era preciso saber precisamente quanto tempo cada operário demorava para fazer sua parte. Ninguém podia se atrasar, senão a linha de montagem ficava parada. Cada carro passou a ficar pronto em 93 minutos, cerca de oito vezes mais rápido que antes e recebia cerca de 5.000 peças que compunham o Modelo T. O preço era muito abaixo de outros veículos comercializados na época: um modelo de 4 lugares era vendido em 1909 por US $850 (equivalente a US $20 700 hoje), enquanto outros veículos eram vendidos entre 2 e 3 mil dólares, algo em torno de 50 a 70 mil dólares hoje em dia. Em 1913 o preço caiu para US $550 e em 1915 para US $440, equivalentes a menos de 10 mil dólares hoje. Em 1914, um operário da linha de montagem do próprio Ford T conseguia comprar um destes carros com o salário de 4 meses. Esse modelo de cadeia produtiva, que logo ganhou o mundo, passou a ser chamado de fordismo – e Ford, até hoje, é celebrado como um dos maiores gênios da indústria. Antes de ser usada na Ford, a linha de montagem já existia em algumas empresas americanas, incluindo o setor de armas de fogo (espingardas por Eli Withney, revolveres Colt por Elihu Root, moinhos automatizados por Oliver Evans e as operações repetitivas dos empacotadores de carne, em Chicago, onde cada trabalhador cortava sempre a mesma porção de carne da carcaça de um boi