Fora collor

Contra o assalto ao Estado, impeachment nelle
Durante a campanha eleitoral, Collor havia afirmado que Lula, caso eleito, iria confiscar a poupança de toda a população. Foi o que ele, Collor, fez no primeiro dia de seu governo. Pôs a mão não apenas na poupança como também em todos os depósitos bancários que superavam Cr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros), alegando ser essa a única maneira de combater a inflação. Essa medida desorganizou completamente a economia, levou à falência muita gente, não acabou com a inflação.

O bando “collorido” também assaltou o Estado, privatizando numa penada várias empresas públicas. Também patrocinou, com dinheiro dos cofres públicos, banquetes de aniversário e pirotecnias do presidente a bordo de avião a jato, submarino ou jet-ski. Na sucessão de escândalos e mais escândalos, em que não faltaram cenas dignas de filmes de gângster, começaram a surgir evidências de corrupção, sempre envolvendo a figura do tesoureiro da campanha eleitoral de Collor, Paulo César Farias, o “PC”.

Revoltada, a sociedade vestiu-se de preto, pintou as caras de verde e amarelo e saiu às ruas exigindo o impeachment de Collor – medida legal possibilitada com a abertura da CPI, proposta pelo deputado federal José Dirceu e pelo senador Eduardo Suplicy, ambos do PT, para investigar as denúncias. Vários parlamentares petistas tiveram destacada atuação para apurar o chamado “esquema PC-Collor”.

Collor foi afastado em 29 de setembro de 1992 e, antes de ser condenado pelo Senado, renunciou ao mandato, em 29 de dezembro, cedendo definitivamente o cargo ao seu vice, Itamar Franco.

Na época, quase ninguém percebeu que todo aquele assalto ao Estado não era apenas um capricho de um presidente irresponsável, mas o início da execução de uma política de desmontagem do Estado para entregar a sociedade às leis do mercado, o que pouco depois passaria a ser chamado de