fonetica
Paula Matos e Paulo Seráfico Segundo
Instituto de Estudos Superiores da Amazônia - IESAM, Avenida Governador José Malcher, 1181.
Resumo ⎯ Este trabalho apresenta a fonética acústica das vogais do Ka’apór, língua indígena da família Tupí-Guaraní, falada por índios da reserva indígena Alto Turiaçu, no Gurupi, estado do Maranhão. Foram coletados fonemas vocálicos da língua, com o auxílio de um falante bilíngüe, para fazer uma análise espectral dos fonemas citados. O objetivo desta pesquisa é conhecer algumas características da referida língua, principalmente a pronúncia de determinados fonemas, uma vez que os índios vêm sofrendo fortes influências fonéticas da língua portuguesa, ocasionadas pelos constantes contatos com os homens “brancos”, das cidades próximas às aldeias.
Palavras-chaves ⎯ Línguas indígenas, Ka’apór, vogais, análise espectral. I. INTRODUÇÃO
Os sinais de fala são compostos por uma seqüência de sons ou segmentos fonéticos, regulados pelas regras da língua e pelas características do orador. O aparelho fonador humano, apresentado na Fig. 1, é o primeiro bloco na cadeia da comunicação falada. Após a inalação do ar nos pulmões, os sinais de fala são produzidos durante a fase de exalação. Esse fluxo de ar, depois da eventual vibração das cordas vocais situadas na laringe - excitam o trato vocal constituído pela faringe, cavidade bucal, língua, lábios e dentes. Para a produção de sons nasalados o véu palatino abre e o ar, depois de passar pelo trato nasal, é radiado pelas narinas.
foram fornecidos em CD 1 . A partir da aquisição desses dados, houve a segmentação e seleção dos fonemas vocálicos para uma análise posterior.
Embora se reconheça toda a gama de fonemas dessa língua indígena: glides, consoantes nasais, fricativas, oclusivas, este estudo foi realizado apenas com as vogais da língua Ka’apor.
Para tal, foi necessário