Fomos Maus alunos
Resumo dos Capítulos:
Travessia
A Caixa e o brinquedo
Vovô viu a uva
Antes de nos conhecermos pessoalmente, o Gilberto Dimenstein e eu nos tornaríamos amigos. Nossa amizade aconteceu em torno de uma paixão comum que se manifestou por meio dos nossos escritos. Ambos temos uma curiosidade insaciável pelas coisas da vida, pelos objetos do mundo que nos cerca. O pensamento é uma criança que explora esta caixa de brinquedo chamada mundo.
Bruno Bettelheim, já velho lembrando-se de suas experiências de criança disse que na escola os professores tentavam ensinar-lhe o que ele não queria aprender da forma como eles queriam ensinar. O aluno sem querer, mas obrigado,arrasta-se sobre o dever que lhe é imposto. O corpo e o pensamento resistem. Essa resistência que faz corpo e pensamento se arrastarem é a preguiça....
A curiosidade é a voz do corpo fascinado com o mundo. A curiosidade quer aprender o mundo.A curiosidade jamais tem preguiça!
O fato é que existe um descompasso inevitável entre os programas escolares e a curiosidade. Disse Adélia Prado: Não quero faca nem queijo: quero é fome. A fome dos alunos, sua curiosidade, não deseja comer o queijo que os programas lhe oferecem.
Baseados em nossa própria experiência, acreditamos que aprender é muito divertido. Bem disse Aristóteles, na primeira frase da Metafísica, que todos os homens têm, naturalmente, o desejo de aprender.Não é necessário que lhe imponham obrigações de deveres porque o prazer é motivação mais forte.
Não nos interessava aquilo que os programas diziam que tínhamos de aprender. Maus alunos na escola tínhamos uma enorme voracidade por coisas que não estavam nos programas.
A idéia partiu do Gilberto por que não nos reunimos para conversar informalmente sobre nossa experiência escolar? Ela poderá se transformar num livro. A idéia me fisgou na hora. As idéias vêm por conta própria, irracionalmente, inexplicavelmente, saltando e dançando, numa enorme farra sem