Folclore
Passamos a uma breve descrição das principais lendas e mitos que povoam o imaginário do povo acreano. Algumas, sabe-se, de caráter mais geral, outras mais específicas, variando, às vezes, de cidade para cidade. São usados como referenciais os livros de José Inácio Filho e Francisco Peres de Lima. Algumas narrativas foram transcritas ipsis litteris, outras sofreram pequenas adaptações.
Lendas
MAPINGUARI
De todas as lendas do Acre esta é talvez a mais comum a todos. Conta-se que o Mapinguari deriva-se dos índios que alcançam uma idade avançada, transformando-se em um monstro das imensas florestas. É cabeludo como um macaco, de um só olho na testa, pés e mãos semelhantes à de uma mão de pilão, pele igual ao couro de jacaré, ataca para matar, invulnerável às balas dos caçadores, só morrendo, quando atingido no olho. Exala um odor muito forte. Costuma soltar gritos na floresta, a confundir seringueiro e caçador, que ao responder, pensando ser alguém perdido, torna-se presa do temível Mapinguari.
GOGÓ DE SOLA
O Gogó de Sola, segundo crença, quase geral, dos acreanos, é um macaco, como qualquer outro, que vive nas matas distantes dos tapiris. Diz-se que o nome lhe veio de ele possuir o pescoço castanho-vermelho, pelado, semelhante a uma sola. Destaca-se dos outros seres da sua espécie, por ser muito valente e ofensivo, apesar de seu pequeno tamanho. Ataca qualquer animal, a onça, o burro, e até o homem. É fama que onde ele firma os dentes jamais os retira, só se lhe cortar a cabeça. Os caçadores temem-no, visto que não há bala que lhe acerte, por melhor que seja a pontaria. Sua ligeireza impressiona. Pula que nem diabo, quando se sente atacado. Alguns supõem ser, na verdade, o gogó de sola um cão do mato, atacado de hidrofobia, tanto é assim que só nos meses de fevereiro e março , devido à metamorfose da doença, é que ele é encontrado.
A ALMA DE BOM SUCESSO
Num seringal chamado Cumaru, em Assis Brasil, vê erguer-se à veneração dos fiéis, há anos