Folclore e Florestan
Luara Alves de Abreu – 11060591
Paula Paschoal Rodrigues Garcia – 11062495
Reflexões sobre a mudança social do folclore a partir de Florestan Fernandes
Florestan Fernandes, em seu texto: Folclore e mudança social na cidade de São Paulo, aponta para o papel socializador do folclore, partindo dos conteúdos dos folguedos, que iniciam a criança nos padrões tradicionais de uma cultura, quanto na organização interna e entre os grupos, isto é, nas relações sociais infantis, que ensinam solidariedade e disciplina aos imaturos. A primeira dimensão é demonstrada a partir dos conteúdos substantivos dos folguedos que ensinam as regras das relações sociais.
Neste texto, Florestan refere-se, em especial, aos folguedos que veiculam os valores e padrões de conduta. Através de seus conteúdos, os jogos e brincadeiras preparam a criança para as atitudes adequadas nas relações amorosas e sexuais que, bem assimiladas, permanecerão no indivíduo adulto. A segunda dimensão da socialização pelo folclore provém da observação do funcionamento interno dos grupos, quando Florestan descreve as relações, os conflitos e a solidariedade entre crianças pequenas e crianças maiores, meninos e meninas, crianças de um mesmo grupo e membros de diferentes troças, brasileiros, estrangeiros e filhos de estrangeiros, crianças pobres, ricas e de classe média.
O autor critica os folcloristas por considerá-los excessivamente descritivos. Em sua opinião, o estudo do folclore deve responder a questões sociológicas mais amplas, e não ser uma simples descrição. Para se determinar se algo é folclórico ele deve apresentar características determinadas como: tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade e aceitação coletiva. Pode-se acrescentar a esses o critério da espontaneidade, já que o folclórico não nasce de decretos governamentais nem dentro de laboratórios científicos; é antes uma criação surgida organicamente dentro do contexto maior da cultura de uma certa