folclore da região nordeste
O Nordeste brasileiro - região produtora de açúcar, por excelência - não sofreu a influência marcante de outras culturas (salvo a portuguesa e a africana) como os estados do Sul e Sudeste do País. Tampouco os holandeses deixaram marcas profundas na região. Os nordestinos criaram hábitos e costumes sui generis, fruto da miscigenação de três populações: a européia (os portugueses), a africana (os escravos) e a ameríndia (os nativos locais). Essas três raças geraram a população nordestina e todas as suas raízes culturais. É comum a associação de praias, jangadas, pescadores, coqueiros,cangaço, e/ou carros-de-boi ao Nordeste. O folclore regional, por sua vez, é muito rico e abrangente, incluindo, entre outros elementos, o artesanato, as superstições e crendices, a linguagem popular, a literatura de cordel, os cultos, os folguedos populares, a culinária, os brinquedos populares, as artes e técnicas, as festas tradicionais, as adivinhações, os pregões e os remédios populares. Em se tratando de festas populares, no carnaval de Pernambuco podem ser apreciados os maracatus, caboclinhos, pastoris, à la ursas, clubes de frevo, entre outros elementos. O pastoril, um dos importantes folguedos nordestinos, é representado no período de 23 de dezembro a 6 de janeiro, e consta de bailados, danças, cantos, diálogos, recitativos (em louvor ao nascimento de Jesus), por parte de duas alas: as pastoras do cordão azul e as do cordão encarnado. Elas dançam e cantam: Boa-noite, meus senhores todos,
Boa-noite, senhoras também;
Somos pastoras
Pastorinhas belas
Que alegremente
Vamos a Belém...
Tudo indica que o pastoril foi introduzido no século XVI por padres portugueses. Antigamente, ele era representado apenas junto das igrejas, com o objetivo de entreter aqueles que aguardavam a missa do galo. Hoje, pode-se apreciá-lo em praças públicas e palcos, onde as pastorinhas dançam, geralmente, ao som de um conjunto de pau-e-corda.